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Lu-zinha Lu-zinha Lu-zinha Lu-zinha Lu-zinha Lu-zinha Lu-zinha Now,you'll never know Lu-zinha ® 2011


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quantas relações entre pessoas não se destroem por simplesmente nos esquecermos de que os outros são seres com sentimentos?


"Quantas relações entre pessoas não se destroem por simplesmente nos esquecermos de que os outros são seres com sentimentos, e que mesmo que esses sentimentos nos confundam, não nos agradem, nos assustem, nos preocupem, eles existem por sermos seres humanos e é uma virtude saber respeitar os outros assim como eles são.
Não estou a chamar egoísmo no sentido depreciativo da palavra como se estivessem a fazer por mal, mas não deixa de ser egoísmo. Muitas vezes as nossas inseguranças, carências fazem com que tenhamos atitudes de egoísmo. Estamos a pensar em nós, na nossa preocupação, como às vezes precisamos que essa pessoa esteja bem pois fizemo-la responsável por parte da nossa alegria e bem-estar, mas cada um tem o direito aos seus momentos maus, a tomar decisões que não sejam do nosso agrado ou a se sentirem mal, mesmo que não nos faça sentido esse estado.
Sábado de madrugada falávamos sobre isso e alguém perguntava como reacções e comportamentos de preocupação poderiam ser vistos como egoístas, e alguém respondeu que podiam. Por exemplo, quando o filho vai estudar para longe e a mãe fica muito triste e chora e no fundo não quer que o filho vá, isso é preocupação, carência, saudade, como podia ser visto como egoísmo? Mas é, mesmo que sinta isso o mais importante é a felicidade do filho, qualquer mãe que não esteja a ter um comportamento egoísta, por mais que tenha saudades, não cobra, nem refere esse sentimento, importante é vermos as pessoas que gostamos felizes. E demonstrá-lo só fará com que o filho se sinta culpado por partir, quando está simplesmente a procurar a sua realização e felicidade.
Se gostamos muito de uma pessoa queremos que ela esteja connosco, queremos faze-la feliz, por isso é tão difícil perceber quando essa pessoa não quer receber o que lhe temos para dar. Se gostamos realmente de alguém queremos acima de tudo a sua felicidade, e ao lutarmos de forma irracional e desenfreada por conquistá-la estamos a passar por cima dos seus sentimentos e das suas vontades.
Para mim a capacidade de respeitar os sentimentos dos outros é uma atitude de grande maturidade, por vezes é difícil, também temos os nossos sentimentos para lidar, mas de certeza todos já passaram por um momento em que a sua dor, confusão mental, tristeza, preocupação foi pouco compreendida. Momentos em que andamos perdidos e que sentimos que não nos estão a dar espaço suficiente para o vivermos, apoiar sem querer mudar a nossa cabeça, apressar o processo, simplesmente estar lá, ouvir tudo o que pode parecer ilógico, dar conselhos e esperar por dias melhores.
Às vezes a preocupação dos outros e a sua angústia em nos querer ver bem pode parecer como pressão, parece que não temos o direito a estar mal, e por estarmos mal estamos a por outra pessoa mal. Assim não querem a felicidade dos outros, mas sim uma solução apressada para não terem que aturar o mau estar alheio, porque a felicidade dos outros nem sempre chega depressa, mas temos que saber apoiar e esperar, mesmo que nos canse, preocupe ou nos tire um pouco da ribalta e do centro das atenções.
Há momentos de dar e outros de receber, e às vezes temos que ter em atenção se não estamos a receber demais e a dar de menos. Choca-me pessoas que se dizem tão bem resolvidas com a vida, pessoas que fizeram da sua profissão lidar com saúde mental e não sabem respeitar o espaço dos outros, as suas angústias, preocupações as suas manias e maneiras de ser. Muito mais fácil criticar do que aceitar as pessoas como elas são e principalmente aceitar que não são como nós queríamos que fossem. Egoísmo no seu modo disfarçado, sem maldade ou intenção, ou não."
By 'somos todos um'

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